Li um texto que trouxe à superfície o tema do perfeccionismo, de uma forma interessante e, ao mesmo tempo, esclarecedora. Eu que, como boa capricorniana, passei uma bela parte de minha jornada, dentro deste ato compulsório de ser perfeita, reconheço a importância de levantar este tema, com a intenção de promover bem-estar e autoconhecimento. Faz pouco tempo, que me coloco consciente ao tema e em constante treino para não me entregar a toda carga pesada do perfeccionismo. Declaro que não é um processo simples, mas que, ao reconhecermos, iniciamos um processo de dissolução dos excessos e pouco a poucos é possível limpar-lo.
Por vivenciar este tema de perto, trago parte do texto da psicóloga e pesquisadora Brené Brown, autora do livro “A coragem de ser imperfeito”, onde ela traz o que encontrou em seus sete anos de pesquisa sobre a vergonha e a vulnerabilidade. Segue um trecho do livro, mencionado à cima, sobre os mitos do perfeccionismo:
- Perfeccionismo não é se esforçar para a excelência. Perfeccionismo não tem a ver com conquista saudáveis e crescimento. Perfeccionismo é um movimento defensivo. É a crença de que, se fizermos as coisas com perfeição e parecermos perfeitos, poderemos minimizar ou evitar a dor da culpa, do julgamento e da vergonha. Perfeccionismo é um escudo de 20 toneladas que carregamos conosco, achando que ele nos protegerá, quando, de fato, é aquilo que realmente nos impede de sermos vistos.
- Perfeccionismo não é autoaperfeiçoamento. Perfeccionismo é, em essência, tentar obter aprovação. A maior parte dos perfeccionistas cresce sendo louvada por suas conquistas e seu bom desempenho (notas, boas maneiras, regras cumpridas, trato com as pessoas, aparência, esportes). Em algum ponto do caminho eles adotaram este sistema de crença debilitante.
- O perfeccionismo não é a chave para o sucesso. Na verdade, a pesquisa mostra que o perfeccionismo dificulta a conquista, pois está relacionado com depressão, ansiedade, compulsão e também com a paralisia de vida e a perda de oportunidades. O medo de falhar, de cometer erros, de não corresponder às expectativas dos outros e de ser criticado mantém o perfeccionista fora da arena da vida, onde a competição e o esforço saudáveis se desenrolam.
- Por fim, o perfeccionismo não é uma maneira de evitar a vergonha. Ele é uma forma de vergonha. Quando lutamos contra o perfeccionismo, lutamos contra a vergonha.
Agora seguem definições sobre o perfeccionismo, que a autora constatou, após conclusão da pesquisa:
- Perfeccionismo PE um sistema de crença autodestrutivo e viciante que alimenta este pensamento primitivo: “Se eu parecer perfeito e fizer as coisas com perfeição, poderei evitar ou minimizar os sentimentos dolorosos de vergonha, julgamento e culpa”.
- O perfeccionismo é autodestrutivo simplesmente porque a perfeição não existe. É uma meta inatingível. O perfeccionismo tem mais a ver com percepção do que com uma motivação interna, e não há maneira de se dominar uma percepção, por mais tempo e energia que se gaste tentando.
- O perfeccionismo é viciante porque, quando experimentamos a vergonha, o julgamento e a culpa, acreditamos que o motivo para isso é não sermos perfeitos o bastante. Em vez de questionarmos a lógica defeituosa do perfeccionismo, nos tornamos mais apegados ao nosso propósito de aparentar perfeição e fazer as coisas de maneira perfeita.
- O perfeccionismo, na verdade, nos predispõe a sentir vergonha, julgamento e culpa, o que gera mais vergonha e condenação: “É minha culpa. Estou me sentindo assim porque não sou bom o bastante”.
Caso você prefira ouvir o texto, segue um link do youtube, com o áudio:
Após a leitura deste texto, pare um pouco para observar sobre como isto reflete em sua qualidade de vida e o quanto o excesso de perfeccionismo nos impede de apenas sermos humanos.
Após alguns instantes, perceba o quanto é necessário abrir este espaço para ser grato pelo que já somos e por realizar nossas ações diárias dentro de nossas limitações humanas. O contentamento é o remédio essencial para o perfeccionismo. Apenas observa o quão grato você se sente por simplesmente ser você mesmo...
Deixo as pautas de observação para somar em sua jornada de evolução própria e um convite para a Meditação do contentamento, que acontecerá nesta terça feira, 6.11, às 19h30, no Espaço Buddhi – Rua Vicente Leporace, n1108, Campo Belo, São Paulo, investimento de R$ 35,00.
https://www.facebook.com/events/632671937129633/?active_tab=about
Namastê e uma linda semana.
Thaís Bertoti
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